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Análise – Evil Dead: The Game

A Noite dos Mortos-vivos“, o título português de Evil Dead, é sem dúvida uma das sagas de terror mais famosas de todos os tempos. Muito por causa do seu criador e realizador Sam Raimi, que em 1981 teve a intuição de misturar possessões demoníacas, contos “lovecraftianos” e humor, no que se tornaria uma trilogia de culto.

Quarenta anos depois, a popularidade de Ash Williams e das suas histórias ainda parece intacta, com imensos memes e referências noutros filmes ainda a fomentar uma autêntica legião de fãs. A produtora Saber Interactive decidiu fazer um novo jogo baseado na saga no formato de multi-jogador de acção assimétrica, trazendo de volta personagens retiradas de cada capítulo da agora vasta franquia, desde os filmes até à recente série de televisão “Ash vs Evil Dead“.

Depois de um tutorial obrigatório, Evil Dead: The Game permite aceder a dois modos distintos: Survivors vs. Demon, a tal estipulação de acção assimétrica que caracteriza principalmente este título e o modo Missions onde encontrarão uma série de objectivos para serem enfrentados a solo, passando diferentes momentos do jogo.

Podemos começar por falar que a inclusão de um modo a solo neste título é surpreendente pela sua razoável quantidade de conteúdo. Sejamos sinceros: comprar este título para jogar sozinho não faria grande sentido. Contudo, estamos a falar de algumas horas de acção com um grau de desafio interessante. E no final ainda terão de começar tudo novamente no online. De qualquer das formas gostei desta opção, nem que seja para treinar a minha perícia antes do exigente online.

Chegamos então à principal componente deste título: o modo multi-jogador. Podemos enfrentar o desafio contra adversários humanos ou contra a inteligência artificial, desempenhando o papel de Sobreviventes ou de demónio Kandarian, em cooperação com outros jogadores ou apoiados por um grupo de bots. É aqui que reside a tal componente assimétrica que torna o jogo interessante. Já lá vamos.

Como mencionado, as personagens disponíveis vêm dos vários capítulos de Evil Dead e da série de televisão. Entre os Sobreviventes encontramos quatro classes diferentes: Líder, Guerreiro, Caçador e Suporte com três versões de Ash Williams, Annie Knowby, Lord Arthur, Scotty, Henry the Red, Ed Getley, Kelly Maxwell, Amanda Fisher, Cheryl Williams e Pablo Simon Bolívar. Quanto aos demónios, existem três classes: Necromancer, Puppeteer e Warlord. Entre as personagens disponíveis ainda podem encontrar Evil Ash, Eligos e Henrietta.

Em termos de jogabilidade, estaremos num mapa mais ou menos amplo, talvez mais próximo das necessidades de um battle royale do que um jogo de acção assimétrica. Mas, cumpre o objectivo de dar “espaço de manobra”. Podemos optar por jogar na equipa dos sobreviventes ou tomar o controlo de um demónio e desafiar os nossos adversários, gerindo os inimigos e movimentando-nos como um espírito descontraído, bem ao estilo de Raimi.

No primeiro caso, o nosso objectivo será apanhar armas e equipamento, encontrar três fragmentos de um mapa, as páginas perdidas do Necronomicon e uma adaga mágica necessária para vencer a partida.
No segundo caso, poderemos explorar o cenários rapidamente, identificar os sobreviventes enquanto lutam e invocar monstros assim que a energia necessária for reunida. E é óbvio que o demónio vale por vários humanos.

Durante a minha experiência, testei algumas missões a solo mas foquei-me mais no multi-jogador, tanto com companheiros humanos como também com bots. A minha tentativa foi de me tentar livrar dos inevitáveis ​​​​problemas que tradicionalmente acompanham o lançamento deste tipo de jogos, como lag ou quebras de ligação repentinas, por exemplo. Contudo, fiquei positivamente surpreendido com a qualidade geral do online, num claro esforço de polimento antes do lançamento.

Se tiver de apontar algo negativo, é talvez a falta de um modo de jogo mais rápido ou, pelo menos, mais célere a colocar-nos na acção. As partidas do modo versus podem durar até 30 minutos e são bastante multifacetadas devido ao número de objectivos. Com tanto para fazer e encontrar, lidando com os monstros que habitam o mapa e as intervenções dos demónios, torna tudo algo moroso e, em alguns momentos, aborrecido.

O sistema de combate é bastante engenhoso, com o gatilho direito podemos activar o ataque corpo a corpo rápido e pesado, quase imediatamente dando a possibilidade de realizar um finalizador espectacular (carregando no analógico direito). Quanto ao gatilho esquerdo activa a mira de arma de fogo. Não é propriamente uma lógica normal neste tipo de jogos, mas habituamo-nos rapidamente ao ritmo.

Infelizmente, no combate corpo a corpo com outros jogadores o combate não é tão interessante. Devido às animações, o combate torna-se caótico, tornando-se difícil de entender quem são os inimigos e quem são os companheiros. Isto cria problemas claros, já que o friendly fire está ligado e torna-se inútil recorrer à pistola ou espingarda quando os amigos estão a lutar contra os monstros. Por causa disto, em muitos momentos, a acção em grupo é muito menos divertida… a não ser que sejam sádicos.

No ponto de vista artístico, Evil Dead: The Game cumpre sua tarefa de trazer de volta a atmosfera única da franquia. Desde a comicidade mórbida, os “sustos” baratos e aquela sensação constante de filme série B, está cá tudo que a saga criada por Sam Raimi nos habituou ao longo dos anos. Sobre a sonoridade não há muito a dizer, podem contar com a contribuição (muito bem vinda) do actor original Bruce Campbell para os diálogos. É só o que precisam saber!

Veredicto

Evil Dead: The Game provou ser bastante divertido. Com mais de 25 tipos de armas, diferentes classes de sobreviventes e de demónios, missões que variam entre o simples e o complicado, é também uma óptima homenagem a uma série de terror com uma legião de fãs. Estejam a jogar com amigos contra as forças do mal ou assumindo o controlo dessas forças do mal, certamente vão-se divertir com este título.

  • ProdutoraSaber Interactive
  • EditoraBoss Team Games
  • Lançamento13 de Maio 2022
  • PlataformasPC, PS5, Switch, Xbox Series X|S
  • GéneroAcção
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Alguns problemas técnicos
  • A fórmula pode cansar rapidamente
  • Modo a solo parece adição de última hora

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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