ETS2Iberia (7)

Análise – Euro Truck Simulator 2 (DLC: “Iberia”)

É caso para dizer: “Finalmente!”. Euro Truck Simulator 2 há muito que “precisava” expandir as suas estradas para o sudoeste da Europa, mais precisamente para Portugal e Espanha. Aqui está a actualização Iberia que nos deixa conduzir até casa… ou quase…

Foram quase dois anos de teasers, muitas promessas, imagens e vídeos. Nos últimos dias antes do lançamento, a SCS Software fez até algumas transmissões em directo que não ajudaram muito nas expectativas, já de si elevadas. Sim, era possível conduzir até Portugal através de mods muito bem concebidos pela comunidade. Mas, o suporte oficial do jogo é sempre mais apetecível, até porque queremos que este jogo se expanda sem termos de adicionar itens de terceiros. Conduzir até Portugal, passando obviamente por Espanha, é agora possível… Apenas não devem esperar que tudo seja à escala real e com o detalhe realista de fazer a mesma viagem na vida real.

Em outras expansões de território abordámos sempre as novas regiões numa base de familiaridade. Se conhecermos uma cidade ou um trajecto em algum país, regra geral, Euro Truck Simulator 2 sempre pareceu “cumpridor” a recriar as principais vias e pontos de interesse. Mais que um “simulador de turismo”, o objectivo é conduzir em estradas que nos convençam e partir ou chegar a destinos que nos pareçam minimamente representativos. ETS2, assim como American Truck Simulator, não é uma recriação fiel e à escala das estrada e países que recria. A escalas variam de país para país, com mais detalhe nas grandes metrópoles e nem tanto nas demais áreas. Seria francamente exaustivo e quase infindável recriar toda a Europa neste simulador.

Contudo, esta é a primeira vez que vamos conduzir no nosso país. E pela primeira vez vamos passar pelas estradas, cidades e pontos de interesse que, provavelmente, vemos todos os dias. E é por isso que a noção de escala e familiaridade é tão gritante nesta análise. Se até agora víamos as estradas de escala reduzida, as posições geográficas das vilas e cidades e o aspecto geral das regiões e dizíamos “ok, conheço isto, parece-me bem”, agora perguntamo-nos porque raio o Porto está quase na Galiza e o jogo considera que Setubal é ainda parte de Lisboa. Enfim, este é o preço a pagar de uma escala assumidamente reduzida de cada região. E é também o preço a pagar por um país que, sejamos sinceros, não é assim tão importante no panorama Europeu.

Contudo, a familiaridade está lá. Cruzar a fronteira de Badajoz e ver os nossos famosos painéis informativos azuis, as portagens com Via Verde e tantas outras referências, traz-nos para “casa”. Gostei imenso de visitar todas as grandes cidades e apreciar as vistas que, mesmo que não sejam “cópias” do real, recriam o aspecto geral das principais áreas, monumentos, pontes, zonas verdes e, mais importante, os polos comerciais e industriais mais importantes do nosso país. Os portos e aeroportos são importantes pontos de angariação de trabalho, especialmente para a indústria automóvel. Por causa disto, Portugal está principalmente mais “completo” no litoral e em volta das principais cidades.

Mas, o mesmo não se passa em Espanha. Entendo perfeitamente porque a SCS alega que esta é uma das suas maiores expansões de território (até agora). O motivo está aqui ao lado no território de “nuestros hermanos”. Espanha está incrivelmente mais densa e detalhada que Portugal e não apenas em dimensão, sendo obviamente um país maior. Barcelona, por exemplo, é das áreas mais impressionantes para se visitar, sem esquecer Madrid, claro, Valência e o importante polo comercial de Algeciras. Parece que muitos dos recursos (e tempo) usados para produzir este DLC, foram gastos em Espanha. Portugal, mesmo com o devido rigor aqui e ali, parece um “bónus”.

Não me entendam mal, não quero soar a “mal agradecido”, Portugal está no jogo e só temos de sentir honrados por isso. Mas, resumir Lisboa e Porto a um punhado de estradas é redutor. Por outro lado, encontrei muitas questões “irritantes”, como o facto de só podermos abrir uma garagem na margem Sul da Capital, que o jogo insiste em chamar de “Lisboa Sul”. Também esperava que mais indústrias populassem mais o interior do nosso país, até porque não vivemos apenas do Litoral. Acredito que a SCS possa um dia revisitar e até expandir o nosso país. Por agora, basta olharem para o mapa das novas estradas neste DLC e percebem logo o vazio no interior que menciono.

No que toca ao plano técnico, também tenho algumas reservas. Tenho de louvar a nova tecnologia de iluminação e efeitos visuais, realmente deslumbrante e cheia de realismo. Apenas tenho de fazer alguns reparos de algumas coisas que sei serem alvo de futuras actualizações. Em várias áreas de jogo, encontrei o que me pareceram “paredes invisíveis” onde o camião colidiu com… bom, com nada. Também me deparei com um estranho bug em que paguei portagens sem passar por nenhuma, isto várias vezes na mesma viagem. Também não gostei da pouca variedade de marcas e empresas entre Portugal e Espanha. Felizmente, para este pormenor em particular, há mods para trocar essa falta de variedade.

Veredicto

A espera foi longa e, talvez por isso, a exigência foi crescendo para depois recebermos o nosso país em Euro Truck Simulator 2 com alguma dose de desapontamento. Interior vazio de pormenores, muito foco no litoral, mesmo que as principais cidades estejam um pouco mal colocadas e sem grande volume de estradas, fazem com que Iberia se torne um pouco agridoce. Talvez seja o nosso verdadeiro impacto da sua escala reduzida de simulação, agora com “conhecimento de causa”. Talvez. Mas, sinceramente, esperava um pouco mais de detalhe. Resta-nos Espanha, bem mais densa e com muito mais detalhe.

[Actualização do DLC “Road to the Black Sea” de 9 de Dezembro de 2019]

A contínua expansão de território de Euro Truck Simulator 2 traz-nos todos os anos um novo território para explorar. A par de American Truck Simulator, a SCS Software não pára de alargar a oferta de estradas e pontos de interesse para a nossa empresa de camionagem.

Desta feita, depois e explorarmos o Mar Báltico no DLC que abordamos em baixo, chegou a vez de rumarmos mais para o lado, na direcção do Mar Negro. No entanto, este novo DLC “Road to the Black Sea“, como o próprio nome indica, não nos leva propriamente para essa região, ficando apenas a caminho dela. Na verdade, são acrescentados três países, a Bulgária, a Roménia e uma parte ínfima da Turquia (praticamente só Istambul). O que significa que faltaria completar a Turquia e adicionar a Ucrânia, parte da Rússia e a Geórgia para que o Mar Negro ficasse verdadeiramente completo. Mas, esta é a “estrada” para lá. E o que adiciona é, como costume, um conjunto de novas estradas e pontos de interesse para as mais diversas entregas. E quantos mais quilómetros, mais oportunidades de negócio.

De notar que, com esta adição, aquela região no sudeste do continente Europeu fica mais composta, mas ainda está longe de ficar completa. Este é o EURO Truck Simulator, pelo que entendemos que a SCS só irá adicionar países neste continente, não forçosamente na União Europeia, mas a Rússia dificilmente será completada, por exemplo. Nesse contexto, faltam adicionar países de enorme importância neste Velho Continente. Já nem falo de Portugal e Espanha que continuam dentro da gaveta da produção (com muita pena minha). Mas, mesmo aqui ao lado deste DLC, países como a Grécia e a Croácia ainda estão de fora, além dos “pequenos” países da Sérvia, Montenegro e Albânia. A par da Ucrânia, suspeito que sejam estes os próximos países em DLC.

Ao contrário de American Truck Sim, que a cada DLC só expande o cenário com pontos de interesse locais e outras novidades mais relacionadas com as “vistas”, em Euro Truck Sim, cada nova porção de terreno acrescenta novos países. Isto também significa que temos mais arquitectura, sinalética local, regras de código de estrada únicas e até fronteiras e zonas de pesagem e/ou raio-x (dependendo do país). É por isso que gosto tanto deste jogo em comparação como seu “irmão” Americano. Por outro lado, partir das estradas rectas e muito bem sinalizadas da Europa Central, para passar pelas estradas sinuosas e mal iluminadas (e assinaladas) da Europa de Leste, chega a ser uma aventura.

Os três países que são aqui incluídos possuem um enorme contraste com o resto da Europa, não há dúvida. Pela primeira vez neste jogo, depois de milhares de quilómetros percorridos nesta franquia, consegui “perder-me” em plena Roménia. Sim, eu fiquei perdido, mesmo com o GPS ligado e a dizer-me para onde ir. Acontece que tinha de apanhar uma saída específica de três numa estrada secundária algures na terra de Drácula. Como o GPS e as placas de identificação não foram claros em qual a estrada devia tomar, acabei por apanhar a de sentido inverso, obrigando-me a fazer mais de 100 km em sentido contrário até conseguir inverter a marcha. Nesse espaço de tempo, passei por estradas estranhas que dificilmente me aventuraria na vida real.

Este DLC inclui as principais vias nestes três países, cerca de 10000 km de alcatrão (numa escala menor, já sabem). A povoar estas estradas, há inúmeras localizações mais ou menos pitorescas, na maioria dos casos humildes bairros e vilas, além de 20 das principais cidades e áreas metropolitanas, com especial destaque para Istambul, a maior cidade desta região. Há também uma série de pontos de interesse, com especial destaque para os montes Cárpatos na Roménia e, claro, a célebre travessia do rio Danúbio que podemos fazer via Ferry Boat. Há também curiosidades, como os comboios e eléctricos locais e até carroças com cavalos. Estamos mesmo longe das zonas metropolitanas da Europa Central.

Para trabalhar (que é para isso que aqui estamos, claro), temos também 22 novas empresas locais, assim como 11 novas indústrias, que incluem docas e portos igualmente novos. Como já disse, há também novas zonas de fronteira, que incluem alfândega e zona de pesagem ou raio-x. Tal como nos EUA, onde também existem zonas de pesagem um pouco por todo o lado, aqui só se verifica o peso nas fronteiras. Não irão ter penalizações, porque também nunca excederão o peso do manifesto, mas é uma adição interessante que nos leva a passar pelos procedimentos reais. Afinal, este é um simulador e qualquer simulação que se preze tem de ser o mais próxima possível da realidade.

Apesar de ter gostado do desafio do enorme contraste que estes três países conferem, penso que seria mais interessante que este DLC nos trouxesse outras áreas mais interessantes. Esta porção minúscula da Turquia parece-me escassa. Além de Istambul, é certo que o país não tem muito mais para oferecer em termos de paisagem, mas assim ficamos com dois países e nem sequer 1/5 da Turquia. Gostava bem mais de ir até à Grécia, passando pela bela Croácia. Apesar de ter áreas muito bonitas, sobretudo na Roménia, estes países são mais desafiantes com as suas estradas cheias de curvas que propriamente de arregalar o olho. Para estradas sinuosas, SCS, olhem para Portugal!

Veredicto de “Road to the Black Sea”

Os três países… ok, os dois países e uma parte ínfima de um terceiro que “Road to the Black Sea” nos traz, servem para nos dar um bom contraste com as condições de estrada na Europa Central que tivemos até agora em Euro Truck Simulator 2. Até há zonas muito interessantes para se visitar mas… como um turista. Isto porque as condições de estrada nestes países não são as melhores, com algumas excepções nas principais autoestradas. A “aura” de Ex-União Soviética na Bulgária e Roménia é gritante, com caminhos sinuosos e ruas obscuras. Istambul é, depois, um ainda maior contraste mas no extremo oposto, ainda que “saiba a pouco” porque o resto do país não esteja modelado.

 

[Actualização “Beyond The Baltic Sea” de 5 de Dezembro de 2018]

Tal como o título indica, esta nova expansão para Euro Truck Simulator 2 leva-nos para além do Mar Báltico. Esta é mais uma expansão de território no, já de si, vastíssimo terreno para percorrer neste simulador. Mais quilómetros, mais lucro e mais horas de diversão.

Como em quase todas as minhas análises a expansões que a SCS Software nos traz, faço sempre a mesma observação. Portugal continua de fora nestas expansões de território. Uma vez mais, à conversa com a produção, mesmo sem grandes promessas, esta hipótese nunca é negada mas, ainda não foi desta. “Beyond the Baltic Sea” é, no entanto, uma enorme adição de estradas e destinos para o jogo. Com este DLC, vamos chegar à pare mais ocidental da Europa, incluindo países como a Lituânia, Letónia e Estónia, roçando ainda partes da Rússia e o sul da Finlândia. Isto inclui, obviamente, as estradas, mas também temos cidades, vilas, locais de interesse e pontos históricos. Voltemos à estrada, então.

Se há destinos que nunca pensei visitar, estes são um bom exemplo. Não porque menospreze a sua cultura ou localização mas, convenhamos, só de há uns anos para cá, sobretudo depois de se juntarem à União Europeia, é que estes países tem feito alguma publicidade como destino turístico. Para minha surpresa, porém, estas regiões até possuem uma beleza peculiar em alguns locais, bem típica do norte da Europa. Outros, nem por isso. Não deixa de ser bastante irónico que seja um simulador de camionagem a dar-me uma visita guiada por países que, de outra forma, provavelmente, nunca iria visitar.

Em termos de reprodução, é o que esperam da qualidade habitual da SCS Software. Não que possa comparar com a realidade, mas assumo que todas estas 24 cidades e outras tantas vilas, portos, zonas industriais e vastos quilómetros de estradas e paisagens, tenham sido recriados de forma cuidada. Recordo que este vasto território é recriado à escala, numa dimensão reduzida pelas razões óbvias. De qualquer das formas, é impressionante viajar por estas estradas cheias de pormenor e chegar a locais icónicos como a capital Tallin na Estónia ou mesmo a gigante São Petersburgo na Rússia.

Turismo à parte, temos mais de 13000 quilómetros de estrada para desbravar. Com esta nova infraestrutura para trilhar, infelizmente, não há nada de realmente novo para fazer em termos de trabalhos com os camiões. Bom, quase nada. Na Finlândia, podemos apostar nos chamados “Transportes de Alta Capacidade”, que se resume a transportar dois trailers num único tractor. É um trabalho específico, só possível (para já) na Finlândia e que nos dá só mais um pouco de dimensão ao rodado. Não adiciona muito mais desafio que o de manobrar um conjunto maior. Seria interessante termos uma expansão de empresas disponíveis ou até de novos tractores. Contudo, não é o caso.

Esta é só uma pura expansão de território. O que é sempre fantástico para dar mais uma horas ao hobby (ou vício, depende). Também serve para conhecer novos países e trilhar por mais novas estradas que ainda não conhecíamos. O que terá valor para os veteranos camionistas virtuais que pretendem apenas ter novos destinos para seguir com a sua empresa. O interesse de adquirir esta expansão é obviamente proporcional ao vosso desejo de expandir o território, também aliado ao vosso investimento de tempo e recursos para este jogo. Com um custo de 17,99€, porém, talvez não seja o destino mais apetecível para conduzir. Olhem para o outro lado da Europa, produção!

Veredicto de “Beyond the Baltic Sea”

Como expansão, “Beyond the Baltic Sea” cumpre o objectivo de nos dar mais estradas e destinos em Euro Truck Simulator 2. O jogo, esse, continua igual a si próprio, sendo ainda o melhor do seu género de condução de veículos pesados. Nada é ameaçado com uma simples expansão de território. Contudo, o investimento nestas expansões é difícil de justificar se não acrescenta muito à jogabilidade. Os Transportes de Alta Capacidade são interessantes, mas não criam grandes diferenças na condução. Seria bom recebermos mais tractores ou mais trabalhos diferentes ou outras novidades na jogabilidade. Por agora, são só mais uns quilómetros para percorrer, em destinos que, se calhar, nem conhecemos.

[Análise Original de 14 de Dezembro de 2016]

Aqui na redacção do WASD, os jogos de condução de camiões da SCS Software têm um importante espaço na prateleira. Depois de andarmos pelos Estados Unidos, voltamos à Europa com a nova adição para Euro Truck Simulator 2 para dizermos “Vive La France!

Lançado há quase três anos, Euro Truck Simulator 2 continua a evoluir, não só com actualizações que aprimoram a experiência, mas também com DLC e outros pacotes de conteúdo adicional. Certamente que a experiência que a produção teve com o recente sucesso de American Truck Simulator, ajudou a produzir mais uma região importante. Desta vez, depois de ir para o Leste (“Going East“) e da enorme Escandinávia, voltamos para a Europa central. Lentamente, vemos as estradas aproximarem-se de Portugal e estamos ansiosos por um dia ter o nosso país representado. Por agora, porém, vamos até França.

Infelizmente, não nos foi possível analisar Euro Truck Simulator 2 no seu lançamento. Contudo, isso não nos impediu de o testar agora com este novo DLC. Digamos que tudo o que gostámos em American Truck Simulator começou neste outro jogo. Logicamente, este jogo de condução de camiões de transporte de carga é bem mais familiar que o título passado na América do Norte dadas as regras de trânsito, sinalética e, claro, os próprios camiões de marcas conhecidas como a DAF, Renault ou Mercedes. Há também uma maior familiaridade com as diversas localizações e é claro que, quem visitou os pontos históricos das principais cidades Europeias, irá reconhecer facilmente alguns locais. De resto, diria que estes dois jogos são idênticos em qualidade e em entretenimento, misturando a simulação com a condução casual.

Convenhamos que uma importante parte da França já estava presente no jogo final. Até mesmo a capital de Paris poderia ser visitada. O que este pacote faz é melhorar esse conteúdo e adicionar as restantes cidades e estradas que estavam em falta. Como já sabem, nestes jogos não terão a totalidade das estradas e a escala de distâncias está adaptada à realidade de um videojogo. Viajar de uma extremidade para a outra numa França em tamanho real seria uma epopeia de várias horas. Felizmente, neste jogo há uma duração reduzida das viagens, aliada a distâncias encurtadas em estradas redimensionadas. Mesmo assim, visitar todo o novo mapa de França pode demorar algum tempo, proporcional à quantidade de novas cidades, trabalhos e veículos.

Vamos ao seu novo conteúdo. Vive La France! acrescenta todo um novo mapa de França com mais de 20.000 km de estradas e autoestradas representadas. Além disso, temos 15 novas cidades (além das já representadas no jogo base completamente remodeladas) completas com os principais pontos históricos ou de interesse. Além disso, esperem encontrar o infame sistema de portagens nas principais artérias, novas empresas, incluindo cinco novas indústrias em que se incluem as centrais nucleares e novos tipos de carga disponíveis. O que mais gostei de ver representado foram as vilas rústicas nas zonas mais remotas. Deveras, a SCS tem uma enorme capacidade de criar um aspecto realista das paisagens, da sinalética e dos edifícios históricos das cidades.

Porém, não esperem representações fiéis de todos os locais. Conforme já expliquei, o jogo é uma recriação à escala dos locais. O que significa que também não terão cidades em tamanho real. Para uns, será um desapontamento não poderem passar pelas ruas que conhecem. Para outros, é uma cedência aceitável, uma vez que o foco, de facto, vai para a condução em distância e não a fazer quarteirões para procurar locais conhecidos. Para isso, temos outros simuladores de condução que visam reproduzir ruas com exactidão. Contudo, gostava que algumas localizações fossem um pouco mais próximas da realidade, nem que fosse para poder recriar rotas que já fiz na vida real a conduzir na Europa.

Não há novos camiões disponíveis com este DLC. Contudo, a SCS costuma lançar estes veículos além dos DLCs de regiões. Mesmo assim, encontrarão diversos modelos entre as principais marcas licenciadas. Comecei novamente a minha carreira baseado em Toulouse, comprando um humilde Volvo sem grandes luxos. Para isso, tive de pedir um empréstimo de 100.000 € com juros algo elevados que fui pagando de forma regular. É possível iniciar o jogo como condutor freelancer e fazer dinheiro conduzindo camiões emprestados. Não só não nos chateamos tanto com os consumos de combustível (os camiões já vêm com o gasóleo necessário para a viagem), como não temos de fazer manutenção ao veículo. Contudo, os melhores trabalhos só surgem com um camião próprio.

A dada altura, começam a ter dinheiro extra para, não só equipar e decorar o vosso camião com toda a sorte de pinturas, peças de mecânica superior e objectos decorativos, como poderão até comprar outros camiões ou melhorar a vossa base. Eu opto sempre por apostar nas bases de operações e contratar outros condutores. Só aí o jogo começa a tornar-se mais interessante, uma vez que a quantidade de trabalhos e de dinheiro a circular é muito superior. Em menos de cinco horas de jogo, contratei dois condutores e pedi empréstimos para lhes dar um camião cada. Também evoluímos nas nossa prestação, recebendo trabalhos cada vez mais exigentes, também com recompensas financeiras mais altas. Em breve, tornei-me num magnata Francês, menos a baguete e o bigode duvidoso.

No que toca à condução, Euro Truck Simulator 2 é um simulador veterano nestas lides. Com este novo DLC, muitos regressarão ao jogo ao fim destes 3 anos para encontrarem um modelo realmente refinado de físicas e interacção. Poderão usar o teclado e rato, mas também um comando ou um sistema de volante e pedais. O jogo possui imensas opções de optimização dos controlos, conferindo a precisão e sensibilidades necessárias, não só para condução em estrada, mas também para as complexas manobras que vamos ter de fazer para apanhar ou largar atrelados nos clientes. Graças a uma recente actualização, o jogo passou a ter também suporte para sistemas de “head tracking” como o Track IR que ajudam imenso nas manobras.

E era de esperar que este jogo também beneficiasse dos avanços técnicos destes últimos anos. Não desfazendo do jogo base que tem sido igualmente actualizado, este DLC possui algumas das melhores paisagens que vão encontrar em jogos do género. Isto, aliado aos modelos irrepreensíveis dos veículos, criam momentos de puro deslumbre visual. Falta-lhe muito pouco para ser foto-realista e é óbvio que depende muito do vosso PC. Contudo, correndo a 64Bit e com todas as opções no máximo, diz-me o software de contagem de fotogramas estive sempre próximo dos 60FPS estáveis. Dada a quantidade de objectos e efeitos visuais, com ciclo de dia e noite e meteorologia dinâmica, é um feito, mesmo num jogo com três anos.

Veredicto de “Vive La France!”

É um DLC, mas é também um acumular de experiência da SCS Software. Este “Vive La France!” visita o jogo robusto que é Euro Truck Simulator 2. É discutível se adicionar mais um punhado de cidades e melhorar a parte que já existia de França no jogo base, justifica criar um DLC com o mesmo custo que toda a Escandinávia. Contudo, não podemos apenas olhar para a dimensão, mas também todo o cuidado técnico a recriar estradas, cidades e vilas Francesas, completando este importante país. Ao fim destes quase três anos, este DLC é uma adição importante que expande ainda mais o viciante jogo original. Só falta mesmo podermos conduzir até Lisboa…

  • ProdutoraSCS Software
  • EditoraSCS Software
  • Lançamento12 de Outubro 2012
  • PlataformasPC
  • GéneroCondução
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Falta Portugal!
  • Inteligência Artificial não é muito inteligente
  • Multas e portagens são exageradas

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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