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Análise: The Elder Scrolls Online – Morrowind

Quando há umas semanas fizemos a nossa antevisão, The Elder Scrolls Online -Morrowind ainda estava numa fase de concepção. Muito do que seria a expansão final, porém, estava já presente com muitos pormenores já definidos. Esta é a análise complementar a esse artigo.

Antes de iniciar a minha avaliação à expansão, convido todos a lerem primeiro esse artigo que criei no seu acesso antecipado. Durante todo o tempo em que estivemos na fase Beta dos servidores de testes públicos, tivemos inúmeras actualizações de título a Morrowind. Mesmo assim, quase tudo o que lá falei é transportável para esta análise:

Se a nostalgia foi o foco inicial do meu regresso a Morrowind acima, tenho de dizer que continua a ser a minha principal motivação de continuar a jogar esta expansão. Poderão achar que já chega de tanto deslumbre pelo regresso ao passado da série, recordando tanto The Elder Scrolls III. Mas, a verdade é que essa é claramente a intenção da própria produção. Desde o seu lançamento, The Elder Scrolls Online já teve algumas expansões de conteúdo com o mesmíssimo objectivo. Quantos fãs de Skyrim não tiveram curiosidade de experimentar a expansão “Dark Brotherhood“? Morrowind não é diferente. Mas, mais que chamar os veteranos, a produção quer “virar uma página” no jogo. Isto significará uma nova vida para TES Online? A intenção é essa, resta saber se a oferta acompanha.

Não posso dizer que este é só um aproveitamento simplista de uma excelente memória. Uma visita aos fóruns oficiais dedicados à Beta davam conta de uma azáfama de bugs para corrigir, faltas para colmatar e sugestões para melhorar toda a experiência da expansão. A Zenimax e a Bethesda querem mesmo reavivar e evoluir o seu MMO RPG. Se para isso precisam de um toque de nostalgia, porque não? Há poucas séries tão ricas em conteúdo e legado como The Elder Scrolls. Não é preciso “reinventar a roda”. Até porque este universo serve de prequela para os jogos da série. Nada como nos dar uma oportunidade de fazer algo para a História de Tamriel.

Lembram-se do enredo e diálogos que mencionei estarem tão incompletos na Beta? Sosseguem, como seria de esperar, estão finalmente completos. Notem que, ao contrário das expansões anteriores, este é considerado um novo capítulo para TES Online. Isto significa que o enredo principal e as diversas missões secundária agem como um novo parágrafo, com toda uma nova região para explorar e novos desenvolvimentos. Esta ideia pode convidar-nos a criar uma nova personagem, algo que aconselho vivamente. Até porque, podem começar logo por iniciar o jogo nesta expansão se chegam só agora a TES Online.

No arranque da missão principal, estamos a bordo de um navio de escravos de onde teremos de escapar. Esta área serve apenas de tutorial e nem sequer é muito exaustiva ou complicada. Pouco depois, acabamos em Vvardenfell e na presença da semi-deidade Vivec para quem teremos de fazer uma tarefa para recuperar a sua saúde. O que se segue são cerca de 30 horas de enredo para explorar e desvendar. O que, acrescentado à longevidade que o jogo base já oferece, é uma experiência que vos vai ocupar por muito tempo. De um modo geral, muitas das missões possuem o já conhecido ADN deste género: uma personagem é encontrada, há um diálogo, inicia-se uma quest que geralmente envolve adquirir algo, encontrar alguém ou combater com inimigos.

E não se preocupem com os inimigos mais fortes que poderiam encontrar numa expansão de um jogo que já prevê que alguma experiência desde 2014. Há algum tempo que não jogava TES Online e também me passou pela ideia que teria algumas dificuldades em ultrapassar algumas missões. Contudo, desde há algum tempo que foi introduzido um conceito de escala de dificuldade em que os inimigos se ajustam ao nosso nível. Por um lado, ajuda muito para quem não possui experiência, por outro, torna o loot e a evolução do mesmo algo irrelevantes. Posso ter o equipamento mais deplorável de Tamriel, não há problema, os inimigos nunca serão de nível superior ao meu. Facilitismo? Talvez. Mas, como já tinha dito na antevisão, esta não é uma simples recuperação de um jogo de 2002.

Agora que os servidores estão muito mais populados, fui constantemente recordado que este é um jogo online. Há sempre jogadores ao nosso redor, seja em mundo aberto, seja em algumas missões com abertura à cooperação, como as dungeons e outros locais. Tantas vezes entrei numa área de missão e um jogador atraiu uma inteira hoste de inimigos que o perseguem. Outras vezes, todos os inimigos estavam já mortos quando cheguei porque outro jogador “limpou” tudo antes. Esta lógica pode desmistificar aquele papel que sempre tivemos num The Elder Scrolls: sermos o herói em quem todos depositam esperanças. Agora não passamos de mais um aventureiro de dezenas a fazer o mesmo. Esta é a lógica dos MMOs como TES Online. Não deixa de ser um grande contraste com TES III, mesmo assim.

Conforme já tinha mencionado, temos nesta expansão uma nova classe de jogador chamada de Warden. Esta é, na verdade, um misto entre um Sorcerer com habilidades de invocar animais de estimação para combate e o DragonKnight com os seus poderes de elementos, neste caso poderes de gelo e de vegetação, em vez de fogo. Na altura dos testes Beta disse que esta nova classe não me entusiasmou muito. Contudo, tenho de reconhecer o seu valor durante as horas seguintes que pude explorar as suas habilidades. Só o Urso de Combate que nos acompanha justifica esta classe. Uma vez mais, aconselho vivamente a começar uma nova personagem, nem que seja para levar o “teddy” para um passeio por umas dungeons.

A principal novidade desta expansão, é mesmo Vvardenfell, a maior área de jogo jamais adicionada a TES Online. Já na Beta fiquei impressionado com as regiões de Ald’ruhn, Balmora, Sadrith Mora e a lendária Vivec City. Quem só agora chega à serie não pode dar valor à recriação das regiões e locais icónicos co a sua ambiência tão única, sobretudo por causa dos omnipresentes cogumelos gigantes e seres estranhos como os gigantes Silt Striders. Folgo em dizer que muitos dos erros e bugs que encontrei nos vários cenários foram prontamente resolvidos até ao jogo final. Na altura, não era possível esperar que tudo estivesse resolvido, uma vez que o lançamento só ocorreu esta semana. Contudo, é de louvar que num jogo tão grande e complexo, a equipa conseguisse mitigar, senão todos, uma boa maioria dos erros reportados.

Nesta expansão temos também um novo Trial para testar as nossa habilidades chamado de Halls of Fabrication. Situado numa fábrica em Sotha Sil na Clockwork City, parece que as suas defesas despertaram e estão a causa problemas. Como sempre até 12 jogadores podem juntar-se para esta missão especial PvE (Player VS Environment). O objectivo é passar pelas missões de mini-campanha de forma cooperativa e ganhar cofres de bónus no fim de cada sessão bem sucedida. Como qualquer outro raid em qualquer outro MMO, porém, requer planeamento e interajuda. Este Trial em particular pareceu-me bastante desafiante, mesmo num nível de dificuldade mais baixo. Das vezes que participei, tentei apoiar mais equipa que propriamente meter-me no seu caminho. E parece que esse é o melhor rumo perante veteranos.

E agora que os servidores estiveram devidamente populados, pude finalmente experimentar com rigor o novo modo de PvP (Player Vs Player) chamado Battlegrounds. Trata-se de um modo de jogo de 4v4v4 jogadores, ou seja, três facções em combate numa arena. Um dos modos leva-nos a capturar e manter uma área, outro leva-nos a roubar relíquias dos adversários e trazê-las para a nossa base. Há um tempo limite para cada modo e ganha a equipa com mais pontos acumulados. Como devem calcular, esta experiência competitiva online não é propriamente relevante para quem pretende seguir o enredo principal. E isso confere a este modo online um benefício claro: é perfeitamente descontraído e até serve como contraste do remanescente da acção das missões a solo ou cooperativas.

Veredicto

Não vou insistir mais na questão da nostalgia por The Elder Scrolls III: Morrowind. Será válido para os veteranos reconhecer muitos locais e eventos desta nova expansão, mas não será relevante para quem nunca jogou o título de 2002. O que é certo é que as equipas da Zenimax Online e Bethesda souberam pegar nesse importante legado e recriaram um mundo que muitos irão reconhecer. Como oferta de jogo, porém, apesar de ser mesmo a maior expansão de sempre para The Elder Scrolls Online, parece-me que falha se tornar no tal “novo capítulo” que a produção pretendia. Não deixa de ser uma das melhores expansões para este MMO RPG, acrescentando muitas novidades, todas positivas. É uma excelente oportunidade para veteranos regressarem e recém-chegados pegarem no jogo. Apenas não vira propriamente uma página…

  • ProdutoraZenimax Online
  • EditoraBethesda
  • Lançamento6 de Junho 2017
  • PlataformasPC, PS4, Xbox One
  • GéneroMMO, Role Playing Game
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Não é o "virar de página" que se previa
  • O facilitismo dos MMOs

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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