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Análise: Disgaea V: Alliance of Vengeance

Pelo mundo dos videojogos, há mais de uma década, a série Disgaea sempre foi aclamada pelos amantes do género JRPG, pela sua variante táctica, pela sua jogabilidade inteligente e pela maneira de construir a narrativa sem se levar a si própria muito a sério. Ao longo dos anos, várias foram as entradas nesta série a chegarem ao mercado. No entanto, este Disgaea V: Alliance of Vengeance é, muito provavelmente, o seu melhor capítulo e, inclusivamente, o melhor lançamento da NIS America a chegar até à redacção do WASD. Esta é a nossa análise…

Aguarda-nos uma série de situações caricatas ao bom estilo japonês, que brinca com o seu próprio elenco de personagens, enquanto comandamos o nosso exército rebelde contra o temível imperador demónio, Void Dark, composto pelos nossos recrutas e pelas personagens que compõem o elenco principal de Disgaea V: Alliance of Vengeance. Dependendo de como pretendemos que cada um deles desempenhe um papel específico no nosso exército, teremos que ter em conta a forma como evoluímos cada um deles. Uma quantidade assombrosa de opções e combinações tácticas atribuem a este título uma quase completa liberdade no campo de batalha. Não obstante, é necessário passar um número infindável de tutoriais para perceber estas mecânicas que, por consequência, acabam por se tornar maçadores na fase inicial do jogo.

Enormes desafios estão também à nossa espera nas batalhas tácticas que colocarão à prova o nosso engenho contra os exércitos do nosso inimigo. Por isso mesmo, convém prestar atenção à disposição das nossas unidades, já que cada posição tem influência no desfecho do combate. A profundidade das mecânicas permite criar, por exemplo, através do sistema de squads, uma equipa médica de reserva que nos permite salvar personagens que tenham sido derrotadas no campo de batalha e voltar a jogar com elas no turno seguinte. Também podemos criar outra equipa cuja especialidade é raptar inimigos com potencialidades que podemos explorar depois no interrogation room.

Quando as unidades levam dano ou morrem, a barra de Rage dos aliados em volta aumenta e, quando cheia, aumenta exponencialmente as capacidades das nossas personagens. As personagens especiais, os overlords, ganham ainda uma habilidade especial capaz de virar completamente a corrente de uma batalha. Com a sua variedade, este JRPG táctico nunca deixa de nos surpreender. Para isso, em muito contribuem as próprias subclasses, o sistema de squads que permite agrupar membros do nosso exército para que consigamos bónus durante a batalha ou até o criador de mapas, com o qual depois podemos partilhar os frutos da nossa criatividade. Por isso, há que explorar camadas e mais camadas de opções para perceber o quão vasto é o leque à nossa disposição.

A narrativa começa devagar mas, passadas algumas horas de jogo (que ao todo pode ser explorado na sua totalidade em cerca de 100 horas), começa a ganhar profundidade e torna-se até pesada com alguns conflitos internos, histórias secundárias obscuras e, como o título sugere, explorando a temática da vingança. A série Disgaea tem um género muito próprio de construir as suas narrativas e, apesar de alguns momentos de diálogo menos bem conseguidos, as vitórias nos combates mais difíceis são recompensadas com cinemáticas anime de excelente qualidade. Isto claro, no seu estilo visual também muito próprio, muito colorido e espalhafatoso mas que, por exemplo, funciona lindamente nas animações dos movimentos especiais das nossas personagens.

A banda sonora não beneficia muito a qualidade das mecânicas de jogo, com alguns temas demasiado estridentes mas que, de alguma forma, encaixam na boa disposição com que a narrativa é encarada. Novamente, há também que fazer destaque positivo à liberdade de alternância entre as vozes dos actores em japonês ou em inglês, consoante as preferências dos jogadores.

Veredicto

Este é o melhor JRPG de estratégia a chegar às consolas de última geração, num revigorar da série Disgaea, com uma panóplia infindável de novas funcionalidades que acrescentam profundidade a esta série. No entanto, Disgaea V: Alliance of Vengeance não obriga o jogador a dominar todas estas novas funcionalidades, muito pelo contrário. Deixa-o jogar como gosta depois de ultrapassar os enfadonhos tutoriais. Um jogo bem disposto, que troça de si mesmo numa narrativa com espaço para alguns momentos mais sombrios. Aqueles menos habituados ao humor “japonês” poderão ter alguma dificuldade em desfrutar de Disgaea V: Alliance of Vengeance que é, acima de tudo, um jogo para fãs do género JRPG cheio de excelentes mecânicas para explorar.

  • ProdutoraNippon Ichi Software
  • EditoraNIS America
  • Lançamento16 de Outubro 2015
  • PlataformasPS4
  • GéneroEstratégia, Role Playing Game
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Banda sonora estridente.
  • Narrativa arranca devagar.
  • Alguns diálogos mal conseguidos.

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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