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Análise – Cities Skylines: Green Cities (DLC)

Costuma-se dizer que viver na cidade não é bom para a saúde. A poluição é uma realidade nos grandes centros urbanos, mas há já uma mentalidade mais “verde” para abordar muitos dos problemas. Cities Skylines recebe essa consciência ecológica com Green Cities.

Nesta onda de expansões para o seu jogo de gestão e construção de cidades, a produtora Colossal Order decidiu virar-se para a ecologia. Já era possível no jogo base optar por medidas que apostassem numa maior preservação ecológica, sem perder a efectividade social ou financeira das cidades. Contudo, é algo complicado não apostar em algumas indústrias poluentes e ainda mais complicado garantir que a nossa selva urbana ainda tenha espaço para zonas arborizadas ou locais de lazer. A questão é que a população virtual sofre muito com os ambientes menos cuidados e mais agressivos para a sua saúde. Construir blocos de apartamentos ao lado de fábricas resulta sempre em doentes que enchem hospitais. O que fazer para dar mais qualidade de vida aos cidadãos? Apostar no verde!

Apesar de ser importante uma boa gestão financeira, garantindo lucro para manter e expandir a cidade, não há nada mais importante que a satisfação dos cidadãos. Muita poluição, muita doença, poucos locais verdes e outras questões, levam à debandada dos cidadãos e a consequente bancarrota, independentemente de uma boa gestão de investimentos ou de construções. Green Cities é a resposta que talvez ajude a resolver estas questões ambientais que, por vezes, podem fugir um pouco do controlo dos jogadores. Com este DLC, podemos oferecer qualidade de vida e melhorar o ambiente geral das nossas cidades. O que também se torna um excelente ensaio teórico para a nossa realidade citadina.

Este DLC traz-nos diversas novidades de edifícios e serviços “amigos do ambiente”. São mais de 350 novos itens, todos com diversas opções visuais. Desde edifícios mais eficientes a nível ambiental, lojas de artigos orgânicos, veículos eléctricos e outras novidades, são opções de jogo que tornam o meio ambiente urbano muito mais controlável. Há também novas medidas de controlo do nível de ruído e de poluição que podem ser implementadas. Além disso, contem com três novos cenários, um novo monumento e, como sempre, um novo chapéu hipster para o Chirper usar quando nos envia mensagens. Só falta mesmo um Starbucks na esquina… (nada que uns quantos mods não resolvam, como é lógico).

Uma coisa é certa, a aposta no verde é perfeitamente visual. A quantidade de árvores plantadas, até mesmo no topo de edifícios, é notória. Do cinzento para o verdejante (não é propriamente um mar verde, ok?), com apenas um DLC. No meu caso, peguei numa cidade de testes que tenho sempre guardada para cada nova expansão, isto porque gosto de ver o impacto das novidades de um forma concreta numa cidade equilibrada. Em pouco menos de uma hora, notei que o tom esverdeado já era visível, bastando-me mudar umas políticas pontuais no plano urbanístico. Mais notório foi que algumas indústrias mais poluentes foram trocadas por escritórios de informática que, por sua vez, atraíram mais lojas de café e… de estupefacientes legais!

Contudo, há um preço a pagar por ser mais amigo do ambiente. E que preço! Optar por energias renováveis já era um custo superior assinalável no jogo base. Trocar centrais energéticas, forçar a implementação de veículos eléctricos ou até limpar zonas poluídas envolve custos muito elevados e precisam ser sustentados. Não se metam a criar demasiadas centrais flutuantes de limpeza de águas só para não ter água inquinada no mapa, quando forem ver a factura, assustam-se. E também não julguem que podem simplesmente erradicar a poluição. Este é um jogo de equilíbrio onde, por vezes, nos falta dinheiro para combater novos focos poluentes ou o que fazemos pode ser desajustado. Pior, a população parece que nunca está satisfeita com nada e, por mais que a tente alegrar, eventualmente, torna-se (lá está) num bando de hipsters exigentes.

Claro que todos os interessados nesta expansão querem é mais desafio. E aqui, tirando as tais novas questões de investimento, posso dizer-vos que o impacto na forma de jogar não é assim muito assinalável. Apesar de agora podermos alegrar mais os cidadãos e evitar mais doenças causadas pela poluição e evitando que saiam da cidade, estes continuarão a fazê-lo por outros motivos. E não é, de todo, possível optar por acabar com zonas mais poluídas e que afectam mais a saúde, porque não podemos viver apenas do verde. A cidade precisa ainda das indústrias pesadas e das centrais de recolha de lixo, por exemplo. Essa inevitabilidade não é nova e seria utópico (e desinteressante) se um novo DLC simplesmente eliminasse um problema. Torna-o mais controlável, por assim dizer.

Por outro lado, o tal desafio financeiro que mencionei acaba por ser mais uma variante das várias questões de investimento que já tínhamos. E nem é assim tão complicado de gerir, afinal. A expansão Natural Disasters trouxe verdadeiros testes à nossa capacidade de resposta a catástrofes e reconstrução. Mass Transit também nos levou a optar por novos meios de ligação entre cidades e a tornar o transporte mais eficaz e menos dispendioso. Até mesmo Snowfall nos trouxe o desafio de aquecer as cidades por causa do frio. Este DLC parece-me ser apenas mais um pacote de edifícios e serviços, trazendo pouco mais à dificuldade já conhecida deste jogo. Não creio que fosse possível fazer muito mais, mas é essa a realidade.

Veredicto

Ser mais amigo do ambiente, é um dever de consciência social. Cities Skylines: Green Cities é uma boa oportunidade para vermos o impacto de energias, transportes e até políticas mais ecológicas nos centros urbanos. Traz consigo muito conteúdo, com novos edifícios e outras opções de expansão. No entanto, acaba por não apresentar nenhum real desafio adicional que nos coloque verdadeiramente à prova. Obriga a contar com novas variáveis, mas nenhum é realmente desafiante. Como expansão de conteúdo é interessante, como modificador da jogabilidade não oferece particular impacto. Respira-se melhor, pelo menos…

  • ProdutoraColossal Order
  • EditoraParadox Interactive
  • Lançamento19 de Outubro 2017
  • PlataformasPC
  • GéneroEstratégia
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Não adiciona muito desafio
  • Preços proibitivos de alguns meios

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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