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Análise: Cartoon Network: Battle Crashers

A premissa era tentadora, um beat’em up que combina seis personagens populares do famoso canal de televisão Cartoon Network, com uma jogabilidade semelhante a Castle Crashers. Personagens como Gumball, Jake, Finn e Clarence são algumas das que nos poderiam com o seu humor característico, certo?

Errado. A produtora Magic Pockets já conta com alguns anos de desenvolvimento de jogos, maioritariamente para a Nintendo DS. Tendo em conta que desenvolveram o divertido Teenage Mutant Ninja Turtles, esperávamos encontrar neste Battle Crashers um jogo igualmente divertido. Afinal estavam aqui todos os ingredientes possíveis para o sucesso. Só que essa diversão não chegou a acontecer…

A história não tem muito sentido, mas isso nem nos choca, tendo em conta as personagens em questão. Toda a narrativa se desenvolve em torno de Uncle Grandpa, a personagem menos favorita da Cartoon Network, que atravessou acidentalmente várias dimensões com a sua auto-caravana. Em cada uma delas levou consigo outras personagens populares do canal, incluindo: Gumball, Clarence, Finn e Jake (Adventure Time) e, por fim, Mordecai e Rigby. Todas as personagens terão agora de unir esforços para atravessar vários níveis onde vão combater sistematicamente com os mesmos inimigos para regressar a casa.

E é tudo o que precisam saber do enredo que está por detrás deste jogo. Não é preciso serem fãs dos desenhos animados que dão vida a estas personagens, sequer. Honestamente, assistimos apenas a alguns episódios de duas personagens que referimos anteriormente e podemos assegurar-vos que é indiferente se conhecem o seu lore. Já vão perceber porquê.

Cada personagem, para além do seu ataque básico, tem mais dois ataques especiais que são desbloqueados através dos pontos de experiência. Estes são ganhos através das pedras preciosas que os inimigos deixam para trás ao serem derrotados. Para além desses ataques, cada personagem tem habilidades únicas. Por exemplo, Clarence pode apagar o fogo, enquanto Gumball consegue aspirar gases tóxicos. Desta forma, os jogadores são encorajados a trabalhar em conjunto para derrotar todos os inimigos, uma vez que podem jogar sozinhos ou fazer uma sessão multi-jogador local com mais três amigos.

Neste beat’em up, ao jogarem sozinhos, têm a hipótese de trocar entre todas as personagens de forma cíclica com a ajuda de um botão. No entanto, com amigos, há que ter atenção a uma pequena particularidade: Cada nível só pode ter um vencedor. Como tal, os jogadores terão de pensar bem na sua estratégia. Primeiro, todos terão de juntar-se para derrotar os inimigos, mas depois é uma questão de ver quem consegue juntar mais pontos para ficar em primeiro lugar, o que desperta alguma ganância na altura de apanhar as pedras preciosas que ficaram para trás.

Com personagens deste calibre, serie de esperar que o jogo tivesse bastantes piadas, mas não é isso que acontece. Deixa-nos mesmo a sensação que não houve qualquer cuidado com a recriação das personagens em questão. Todas são bastante activas nas suas respectivas séries, falam em demasia e tem imenso sentido de humor. Neste título, não interagem em si a não ser uma breves linhas de texto quando os desbloqueamos, não existem vozes de actores e não têm qualquer tipo de expressões. Parece uma abordagem meramente superficial para justificar uma licença.

Temos noção que a monotonia não é uma particular novidade nos jogos deste género, mas enquanto uns títulos conseguem disfarçar, este consegue fazer precisamente o contrário. Força-nos a jogar níveis anteriores repetidamente para aumentar a longevidade. Cada mund, consiste em dois níveis e uma luta com um boss. E antes de enfrentarmos o segundo boss, tivemos de voltar atrás para apanhar um item específico que nos permitia avançar no jogo. Isto seria compreensível e aceitável se o item em questão tivesse passado despercebido, mas não foi isso que aconteceu. O jogo coloca-os onde quer e quando quer e nós somos obrigados a repetir esses níveis anteriores para progredir na história.

Durante os vários níveis existem alguns power-ups, mas nenhum deles é particularmente divertido. Existem um Walkie-talkie saltitão que, quando é usado, revela uma breve cutscene e de seguida destrói todos os inimigos presentes no ecrã. Há também um frasco de picante, que aumenta o dano causado aos inimigos por um período de tempo limitado. Estes itens seriam pormenores curiosos e divertidos se todo o resto do jogo não fosse tão insípido. É pena, por que dá a entender que algures na fase de concepção, houve algum interesse em nos fazer sorrir.

Mas nem tudo é mau, o grafismo é provavelmente o ponto alto de Battle Crashers, reproduzindo fielmente e em alta definição os tons vibrantes das personagens e de todos os cenários que visitámos ao longo do jogo. Deixa-nos a ideia que estamos a assistir a um episódio do próprio Cartoon Network. Contudo, só a arte do jogo, que até nem era muito complicada de reproduzir num jogo, não é suficiente para o tornar interessante. Diríamos que é sintomático do rumo que o próprio canal televisivo enfrenta, mas isso era outro assunto.

Veredicto

Cartoon Network: Battle Crashers não tem substância e torna-se bastante aborrecido. Um título baseado em personagens tão coloridas e divertidas, conseguiu estragar todo o seu charme. Os inimigos são repetidos demasiadas vezes, não oferecem grande dificuldade e chega mesmo a obrigar-nos a repetir níveis. E em termos de longevidade, vão conseguir chegar ao fim do jogo em pouco mais de quatro horas. Com o seu elevado preço (no momento da análise, custa 29,99€), recomendamos que se mantenham longe deste título, mesmo se gostarem imenso de todas as personagens presentes.

  • ProdutoraMagic Pockets
  • EditoraMaximum Games
  • Lançamento8 de Novembro 2016
  • PlataformasPS4, Xbox One
  • GéneroAcção
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Inimigos repetitivos
  • Obrigação em repetir níveis anteriores
  • Falta de vida das personagens
  • Longevidade

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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