Análise: Car Mechanic Simulator 2014

Os videojogos podem ser interpretados como uma forma para realizar as fantasias que possamos ter. Principalmente, se se tratarem de simuladores que tentam recriar, na perfeição, as mais variadas situações do nosso dia-a-dia. Hoje, já podemos encontrar a uma grande panóplia de simuladores que vão desde a condução de um camião, à gestão e logística ao volante de uma empilhadora, não esquecendo que podemos também criar a nossa própria quinta.

No meu caso tenho, desde muito cedo, um certo fascínio e curiosidade em saber como tudo funciona nos carros. Todavia, a única experiência que tive em mexer em motores foi no Gearhead Garage ou no velhinho Street Rod II. Com Car Mechanic Simulator 2014 encontrei outra oportunidade de ser mecânico por um dia. 

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Como o nome indica, em Car Mechanic Simulator vestimos o macacão oleoso de um mecânico com a sua própria oficina. No modo de carreira, onde passaremos aproximadamente 10 horas, temos cerca de 75 trabalhos para realizar. Com o sucesso dos nossos trabalhos, ganhamos notoriedade e vamos mudando para melhores oficinas que, por sua vez, nos dão acesso a novas ferramentas para facilitar esta demanda.

Logo desde início, é nos deixado um carro à porta com uma breve descrição do problema. Neste caso, o primeiro trabalho consiste em retirar as rodas e substituir as pastilhas dos travões. Alguns problemas estão bem descritos, mas outros são muito vagos, ficando a descoberta e a razão de sujar as mãos, do nosso lado.

Muitos trabalhos envolvem andar com uma lupa a verificar, peça a peça, para descobrir qual delas está em mau estado. Outras vezes é necessário levar o carro até a rua e percorrer uma pista para testar as várias vertentes do bólide como a aceleração, travões, suspensão e por fim a direcção. Contudo esta parte do jogo deixa muito a desejar, já que o carro parece estar sob suspensões feitas de gelatina e o trajeto percorrido não tem qualquer influência porque o resultado será sempre o mesmo. Não obstante, assim que voltamos à oficina já temos as peças que precisam de substituição assinaladas.

Sabendo as peças que precisam de ser substituídas, deslocamo-nos até ao computador, presente na oficina, para encomendar as peças novas. Mais para a frente no jogo, teremos a possibilidade de arranjá-las, mas por agora ficamos apenas pela substituição. Mesmo sabendo quais as peças necessárias, nem sempre é directa a forma como chegamos até elas. Pode ser necessário retirar por completo o escape ou até a caixa de velocidades para chegar a uma pequena peça e não há qualquer indicação de como fazê-lo, deixando-me bastante tempo à descoberta. Cheguei mesmo a desmanchar o carro todo.

Existem vários carros para reparar, desde carrinhas a carros de luxo, mas todos eles são iguais a nível de motor. Têm exactamente o mesmo aspecto, acabando por se tornar monótono.

Nas oficinas mais sofisticadas temos acesso a um Dyno para mexer nos valores da centralina e um portátil para ligar à ficha ODBC de cada carro, que nos indica o que pode estar mal.

Em termos técnicos o jogo não impressiona, mas os gráficos cumprem o objectivo e o sons estão muito bem implementados, seja a aparafusar ou com o som único de cada carro durante o test-drive. Temos ainda a possibilidade de nos deslocar até ao rádio da oficina e trocar de estação. Para a experiência ficar mais completa fica a faltar o típico calendário da Playboy na parede.

Veredicto

Car Mechanic Simulator 2014 não é tão completo como o Gearhead Garage ou Street Rod II. Por vezes é muito vago o que temos de fazer e perdemos imenso tempo a tentar descobrir o que está errado no carro. Se não tiveres conhecimento básico sobre a posição das peças num carro, vais andar à deriva até perceber onde realmente estão e quando encontradas, nem sempre são acessíveis. Tudo isto pode transformar este simulador com potencial num simples jogo de puzzles. No entanto, se gostas de carros no geral e de resolver problemas, encontrarás aqui um divertido jogo.