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Análise: Blackguards 2

No início de 2014 analisámos no WASD o primeiro Blackguards, um jogo desenvolvido pela Daedalic Entertainment ao estilo pen-and-paper da velha guarda dos jogos de estratégia por turnos. Blackguards trouxe de volta este estilo de jogo à mainstream dos videojogos. Embora com uma passada lenta para alguns, as expectativas não defraudaram os fãs do género que sentiram a nostalgia em cada movimento na grelha do campo de batalha.

Também já aqui vos tínhamos falado da sequela, Blackguards 2, na nossa antevisão. Agora voltamos a pegar neste jogo para vos trazer uma análise completa. Com este segundo título na saga, a Daedalic Entertainment prometia um jogo mais simples, com uma abordagem diferente às regras dos pen-and-paper, ao mesmo tempo que tentava quebrar a abordagem linear à narrativa do primeiro Blackguards. Será que a companhia alemã conseguiu?

O mundo de Blackguards é inspirado no universo RPG pen-and-paper da série The Dark Eye e, desta vez, apresenta-nos Cassia como protagonista. Esta mulher no início assume uma postura pacífica e, face a quatro anos de encarceramento, mostra as suas garras transformando-se numa verdadeira tirana com aspirações ao domínio de South Aventuria. Independentemente dos custos, ela vai fazer de tudo para conseguir alcançar a sua vingança.

Nesta sequela regressam algumas personagens do primeiro jogo como o mage Zurburan, o anão Naurim, ou o gladiador Takate. Com elas chega um novo sistema que permite ao jogador escolher o caminho que pretende seguir até ao objectivo final. Cada hipótese apresenta desafios diferentes e, por consequência, diferentes recompensas no loot (saque) que encontramos. À medida que conquistamos novas áreas, surgem melhorias para o exército que nos segue, chegando mesmo alguns locais a transformarem-se em town centers sob o nosso controlo. Com estes, surgem novos equipamentos que podemos comprar para os nossos mercenários.

E se já com o primeiro jogo havíamos apontado a câmara como um dos principais pontos fracos de Blackguards, com a sequela esse mesmo ponto fraco mantém-se e o seu controlo no scroll do rato é simplesmente uma escolha infeliz. Por outro lado, as possibilidades de controlo vertical não são o suficiente para conseguirmos alcançar certos alvos. Já noutras ocasiões, quando o campo de batalha está “apinhado de gente”, a câmara não centra automaticamente na personagem cujo turno está activo e somos obrigados a procurá-la no meio da confusão.

O sistema de level-up foi simplificado, não sendo já necessário dividir pontos pelos atributos. Os pontos de capacidade para os talentos e feitiços foram substituídos, também eles, por um sistema novo com quatro ramificações diferentes. Personalizar uma personagem ao nosso gosto nunca foi tão fácil na saga Blackguards.

Os fantásticos mapas, que tanto havíamos elogiado no primeiro jogo, graças ao excelente artwork, regressam em força e com excelentes novos detalhes. Novamente, também os modelos das personagens continuam demasiado simples e sem lugar para grandes detalhes, contrastando inúmeras vezes com o fantástico aspecto dos cenários. Uma enorme pena que a qualidade dos modelos seja tão díspar daquela dos mapas. A banda sonora é muito melancólica mas encaixa com a narrativa, da mesma forma que o trabalho de voz por parte da equipa habitual da Daedalic Entertainment cumpre sem grande destaque.

Veredicto

Lançado menos de um ano depois do primeiro jogo, as diferenças deste segundo título estão intrinsecamente ligadas ao período de desenvolvimento que esta sequela teve ao seu dispôr. O motor gráfico é precisamente o mesmo e a jogabilidade foi simplificada em alguns aspectos, assim como foi introduzida uma escolha de caminhos a seguir até alcançar o objectivo final na narrativa. Provavelmente, este era um título que deveria ter ficado mais alguns meses na incubadora, antes de conhecer o mercado cada vez mais exigente do mundo dos videojogos. Por agora, Blackguards 2 parece só mais um título na saga.

  • ProdutoraDaedalic Entertainment
  • EditoraDaedalic Entertainment
  • Lançamento20 de Janeiro 2015
  • PlataformasPC
  • GéneroEstratégia, Role Playing Game
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Câmara
  • A passada lenta
  • Os modelos das personagens

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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