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Análise: Azure Striker Gunvolt (3DS)

Apesar das sua presença na série Super Smash Bros., o icónico Mega Man, a cargo da Capcom, continua desaparecido em combate. Só que a sua legião de fãs insiste em manter bem vivo nas suas memórias o destemido herói azul. Uns revivem as aventuras da série, já outros, como a malta da Inti Creates, vão mais longe e fazem questão de lhe prestar uma (merecida) homenagem ao criar um jogo bem ao estilo do que podíamos encontrar em Mega Man. Azure Striker Gunvolt chegou assim à eShop da família de consolas Nintendo 3DS.

Os eventos de Azure Striker Gunvolt têm lugar algures no futuro onde um grande número de indivíduos, classificados como “Adepts” (Dotados), desenvolveram poderes especiais. Poderes esses que lhes conferem habilidades sobre-humanas, tais como a capacidade de voar, utilizar armas de energia e a manipulação de elementos como o fogo, água ou, no caso de Gunvolt, a electricidade.

Graças aos esforços levados a cabo pelo Grupo Sumeragi, o mundo está em paz mas o que acontece realmente é que esta organização, mais do que simplesmente controlar estes indivíduos, está a realizar experiências com eles. Gunvolt é um dos “Adepts” mais poderosos. Com a sua capacidade de manipular a electricidade ao ponto de poder, por exemplo, criar poderosos campos eléctricos é, sem dúvida, uma mais valia para a organização para a qual trabalha. Tem como nome QUILL e o seu objectivo é tornar públicas as atrocidades cometidas pelo Grupo Sumeragi e, claro, pará-lo de uma vez por todas.

Nas suas 5 a 6 horas que tem para nos oferecer, este é um título que não prima pela história. Apesar de ter os seus momentos, rapidamente se torna algo secundária. Agora, no que diz respeito à jogabilidade, o caso muda de figura.

Tal como disse, Gunvolt presta uma enorme homenagem a Mega Man e, consequentemente, à era que se insere. Assim não é surpresa nenhuma que a acção deste jogo decorra numa glorioso sistema de Side-Scrolling (acção de deslocamento lateral) em 2D. Para nos deslocarmos vamos correr e saltar não só para evitar armadilhas ou abismos mas também para que nos possamos desviar de projécteis. Já no que diz respeito ao ataque, inicialmente temos ao nosso dispor uma arma que tem a capacidade de marcar e distribuir dano entre um ou mais adversários em simultâneo.

À primeira vista parece que nos basta percorrer desenfreadamente os vários níveis do jogo a disparar para tudo o que mexe mas Azure Striker Gunvolt não é assim tão linear quanto isso. Este é um jogo que recompensa o jogador por jogar bem em detrimento de apresentar uma maior dificuldade ao jogador. Como? Com um sistema de combos que é interrompido sempre que formos atingidos. Cheguem ao final do nível e de acordo com a vossa pontuação melhor será a vossa recompensa e melhor também será também a vossa posição nas tabelas de classificação dos níveis em questão. As recompensas passam por materiais que podem ser utilizados no sistema de Crafting do jogo. Com ele podemos criar acessórios, como anéis e lentes de contacto, que podem aumentar a eficácia de algumas das habilidade de Gunvolt, ou até melhorar o poder de alguns itens de recuperação.

Apesar de conferir mais variedade ao jogo, este é um sistema algo ingrato, uma vez que para adquirirmos alguns dos materiais necessários temos de repetir vezes sem conta vários dos níveis se quisermos alcançar a pontuação que nos permite ganhá-los. Uma longevidade disfarçada de Grinding. Não é necessariamente uma obrigatoriedade mas é pena que não possamos explorar esta componente de forma mais… gratificante.

A concepção dos níveis está bastante interessante, os perigos que vamos encontrar são vários e o mesmo podemos dizer dos inimigos que teremos de derrotar. Ao todo temos seis cenários principais e, consequentemente, seis Bosses para derrotar. Durante os níveis vamos encontrar os tradicionais checkpoints e temos vidas infinitas. Se morrermos, acontece o que mencionei em cima: as consequências caem sobre a nossa pontuação. Joguem bem e sejam recompensados pelas vossas proezas. Felizmente que toda a acção é bastante fluída, distribuir tiros entre os nossos inimigos é feito de forma bastante intuitiva, pelo que a curva de aprendizagem é percorrida logo nos níveis iniciais. Depois é treinar, ou melhor controlar, a nossa impetuosidade que se coloca no caminho da perfeição e das melhores pontuações.

Ao derrotarem os Bosses do jogo, ganham acesso a novas peças de equipamento. Apesar de interessantes e de realmente diversificarem o nosso arsenal, depressa começamos a sentir falta da nossa fiel pistola. Tudo isto, sempre com um visualismo bastante pertinente com arte a roçar o estilo Anime e com uma banda sonora que, apesar de não ser memorável, não deixa de ajudar a que a experiência seja bastante agradável.

Veredicto

Não é um novo Mega Man mas a Intie Creates mostra que tem muito apreço pela série na qual já trabalhou anteriormente e não hesitou em partilhar esse amor com os fãs, prestando-lhe uma enorme homenagem com Azure Striker Gunvolt. Apesar de também ele se vestir de azul, Gunvolt ainda tem muito que pedalar para alcançar o pedestal do aclamado herói a cargo da Capcom, é um facto. Mas não obstante e pela experiência que tive com este jogo, não posso deixar de o recomendar. Verão é sinónimo de férias e deslocação. Por isso esta é, sem dúvida, uma aventura, com uma jogabilidade tão “chocante”, que não vão querer deixar para trás.

  • ProdutoraInti Creates
  • EditoraInti Creates
  • Lançamento2 de Abril 2015
  • Plataformas
  • GéneroAcção, Aventura
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • História algo secundária
  • Requisitos do sistema de crafting algo ingratos

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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