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Análise: Attack on Titan – Wings of Freedom

Attack on Titan é uma popular série de anime e manga que até já teve direito a grandes filmes no cinema. No que toca a jogos que se basearam nesta série, porém, os títulos deixaram sempre um pouco a desejar. Será que Attack on Titan: Wings of Freedom irá quebrar essa corrente de más abordagens baseadas numa das maiores séries nipónicas de culto dos últimos tempos?

Desta vez, foi a produtora Omega Force, que normalmente fica encarregue da série Dynasty Warriors, que tomou as rédeas deste título. Será interessante ver como esta equipa que já produziu jogos como Gundam, One Piece e Dragon Quest, concebeu um jogo com mecânicas diferentes do que estamos habituados a ver da sua autoria. Principalmente dada a escala dos combates das personagens contra os gigantes Titãs. Este jogo foi muito antecipado pelos fãs de A.O.T. E como foi já lançado há meses no mercado Japonês, aguardámos pacientemente pela versão ocidental. Vamos confirmar se toda esta expectativa valeu a pena.

O jogo segue a história da série de anime de uma forma fiel na maior parte do tempo. Nesta aventura, vamos jogar na pele de Eren, Mikasa, Armin e Levi. Para quem não conhece o enredo, saibam que na série a humanidade foi tomada de assalto por uma raça de gigantes monstros, que são conhecidos como Titãs. E, para evitar os ataques destes monstros, os sobreviventes vivem numa grande cidade murada. Contudo, a certa altura, um Titã ainda maior do que os restantes, conseguiu destruir a muralha e permitiu que os demais Titãs também tivessem a sua oportunidade de ataque, quase aniquilando quem restava.

Para combater esta ameaça, foi formada uma equipa especial intitulada de Survey Corps, que entra em acção para impedir que mais habitantes sejam devorados. Nela reúnem-se os melhores e mais habilidosos soldados com equipamento chamado Three Dimensional Movement Gear. Esta peça de engenharia permite aos soldados atingirem a altura necessária com uma mistura de ganchos e propulsores. Assim, os soldados podem atingir o único ponto fraco dos gigantes, que está presente na parte de trás do pescoço. E como as armas de fogo têm pouco efeito nos Titãs, os soldados têm de recorrer a espadas em combate próximo de modo a conseguir infligir esse golpe de forma eficaz.

Este equipamento traz uma brisa de ar fresco ao género de acção, uma vez que a forma como foi implementada é, no mínimo, genial. Com o pressionar de apenas um botão conseguem movimentar-se pelos cenários do jogo livremente e escalar um Titã. Nos cenários, os ganchos podem ser aplicados nos objectos mais próximos, para a nossa personagem ser lançada no ar. Mas, quando usado nos titãs, esses ganchos ficam fixos nas partes do corpo que escolheram e deixam a nossa personagem em “orbita” sobre eles até decidirem atacar.

Esta mecânica é simples e intuitiva. Rapidamente estão a dominar a deslocação aérea e dá uma grande sensação de satisfação quando atingem no tempo certo o ponto certeiro com a vossa espada. Mas é preciso recordar que as personagens não são super-heróis e qualquer queda de maior altura pode ser fatal. Vai exigir alguma prática e devem sempre olhar em redor para procurar pontos de fixação ou zonas próximas para “aterrar”. Só que, infelizmente, com uma jogabilidade tão livre que nos permite deslocar em várias direcções, por vezes, a câmara fica descontrolada, principalmente em espaços mais apertados. É bem possível que, por momentos, percam o sentido de orientação. E depois… a queda é inevitável.

Não pensem que a acção é linear. Ao longo do jogo vão encontrar vários gigantes e vão precisar de diferentes estratégias para os derrotar. Podem optar por atacar primeiro as pernas, para limitar-lhes o movimento ou atacar os braços para que não vos agarrem. A melhor abordagem fica ao vosso cargo. E algumas opções de ataque oferecem recursos únicos, como quando atacam determinados pontos do corpo do Titã. Dependendo da missão, também terão aliados que podem distrair os Titãs enquanto tentam chegar ao seu ponto fraco. E cada personagem tem o seu ataque especial. Armin, por exemplo, consegue ordenar qual o local que os aliados devem atacar, Levi por outro lado tem um ataque especial com uma lâmina rotativa.

Entre cada missão podem também interagir com várias personagens, sendo esta uma boa oportunidade para explorar o lore da série. E também podem usar os recursos ganhos nas missões ou em cada ataque aos Titãs para melhorar as armas e o equipamento. Quando tudo estiver pronto e do vosso agrado, podem aceder ao mapa de selecção de missões onde podem ver as várias ocorrências de Titãs e escolher cuidadosamente em qual devem intervir primeiro. Esta será uma vertente mais estratégica ao jogo e é bem vinda, uma vez que permite planear da melhor forma a abordagem aos combates quase constantes.

Infelizmente, como devem calcular, o jogo acaba por cair na repetição. O objectivo principal é derrotar todos os Titãs e mesmo que as suas formas e aspecto varie, são todos derrotados da mesma forma. E assim que nos apercebemos que a fórmula passa por derrotar um determinado número de Titãs para surgir um outro Titã final, a monotonia instala-se. E esta situação não melhora muito depois de concluírem a história principal, uma vez que as personagens começam a dar outras missões onde terão de… adivinhem… matar mais Titãs. Inevitavelmente, acabamos no infame grind, alguns por gosto, outros por simples desejo de alcançar mais uma vitória. Infelizmente, nem todos terão paciência para isso.

Por fim, o seu aspecto. Em termos de experiência visual, o jogo é muito idêntico à série. A nível de grafismo, possui o estilo muito próprio de Hajime Isayama, com uma arte de jogo em cell shading, típica da banda-desenhada. Quem segue a série, irá sentir-se “em casa” e, certamente, irá gostar do visual do jogo. Por outro lado, quem não está familiarizado com A.O.T. irá estranhar a estética do jogo por emular o estilo anime, não só em termos de texturas e efeitos visuais, mas também na modelação de personagens e planos de câmara. Será, realmente, uma questão de gosto.

Veredicto

Respondendo a minha questão inicial, este é, sem sombra de dúvida, um bom exemplo de como uma adaptação de uma série de sucesso em videojogo tem de ser. Mesmo que não estejam familiarizados com Attack on Titan: Wings of Freedom, podem encontrar um bom jogo de acção fora do que é comum no género e talvez até fiquem com curiosidade em conhecer este universo. A produtora Omega Force fez um bom trabalho em oferecer um experiência que nos deixa encarnar o papel da equipa especial Survey Corps, replicando os movimentos, a acção, as personagens e até o combate. Infelizmente, poderá não agradar a todos e é normal que a repetição dê lugar à monotonia. De qualquer modo, digo-vos que subir pelo corpo dos Titãs, com toda a estratégia para lá chegar e desferir o golpe final para derrotar o gigante, proporciona momentos simplesmente épicos.

  • ProdutoraOmega Force
  • EditoraKoei Tecmo
  • Lançamento26 de Agosto 2016
  • PlataformasPC, PS3, PS4, Vita, Xbox One
  • GéneroAcção
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Câmara por vezes descontrolada
  • Objectivo repetitivo

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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