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Análise: Age of Wonders 3 (PC)

Se és jogador há muito tempo e gostas de jogos de estratégia, certamente que te terás cruzado com a série Age of Wonders da Triumph Studios. Onze largos anos separam Age of Wonders 3 do último lançamento da série. Será que esta série de estratégia fantástico-medieval, que tanto fez a nossa imaginação voar no passado ainda tem cabimento nos dias de hoje? Acompanhem a nossa análise ao renascer de uma das grandes séries de estratégia de sempre.

Logo a primeira coisa que marca a diferença em relação aos títulos anteriores é, claro, o grafismo. Esta é sem dúvida uma enorme e agradável diferença e diga-se que a perspectiva 3D assenta que nem uma luva neste título, mais ainda quando somos transportados para o campo de batalha. Nunca conquistar e defender cidades, por meio de catapultas, aríetes e exércitos compostos por soldados e criaturas do mundo da fantasia, foi tão… Bom, desculpem a redundância, mas tão fantástico! Sempre acompanhados por uma óptima banda sonora composta por Michiel van den Bos, e que vai buscar nuances das músicas dos títulos anteriores, é impossível não sentir um misto de nostalgia, relaxe, e ansiedade à medida que vamos explorando e combatendo nos mapas deste título.

Em termos de história o conflito de Age of Wonders III centra-se na oposição entre as Nações do Império e a Corte Élfica. O império tem como objectivo abandonar as antigas regras e assimilar o mundo inteiro. Manifestando-se claramente contra, a Corte Élfica pretende reunir todas as antigas raças em defesa contras as intenções do império. E é aqui que nós, os jogadores, entramos. No modo campanha a história vai-se desenrolando à medida que vamos progredindo, e cumprindo objectivos, no enorme mapa onde somos inseridos, mas não se mostra como uma das componentes mais atractivas deste título onde a jogabilidade e o combate são quem fala, definitivamente, mais alto.

Tanto no modo Campanha (com mapas pré-feitos) como no modo de mapas aleatórios (onde podemos aplicar algumas escolhas pessoais, se desejarmos) vamos ter ao nosso dispor um vasto leque de heróis. Todos eles diferentes em várias componentes. A primeira é a raça e ao todo são seis as que temos disponíveis: Humanos, Orcs, High Elves, Goblins, Draconians e Anões. Depois temos ainda a classe e as características de cada um. Podia ficar horas a apontar estas pequenas e ao mesmo tempo grandes diferenças. Um facto é que o acto de controlar estes heróis nunca é feito e pensado da mesma forma. Isto vai sendo cada vez mais notório à medida que vamos atribuindo pontos sempre que vão evoluindo, e, claro, com o desbloquear das respectivas habilidades. Com diferentes classes de herói, surgem diferentes habilidades, e consequentemente novas abordagens de combate.

O mesmo não pode ser dito das raças. Como assim, perguntam vocês? Ora bem, com diferentes raças existem diferentes cidades que podemos abordar e, claro conquistar. Ao conquistar estas cidades, podemos escolher o que fazer com elas. Podemos simplesmente destruir o que resta delas, ou assimilar a sua população. Com esta última opção, a cidade fica sob o nosso controlo e temos assim mais uma fonte de unidades de combate. Cada raça tem as suas, mas um facto é que seguem todas a mesma receita, mudando apenas uma habilidade ou outra de algumas das classes, além do evidente aspecto físico. Um anão não pode ser igual a um Orc, certo? As diferentes raças trazem, de facto uma enorme variedade de possibilidades e de unidades de combate, e essa diferença deve ser tida em conta. Por exemplo os anões dão preferência a terrenos montanhosos ao contrário de outras raças onde o seu desempenho pode ser prejudicado nesse tipo de terreno.

Em termos de jogabilidade Age of Wonders III mostra-se rei e senhor. O combate por turnos continua aliciante, onde o mínimo erro pode custar-nos caro. Deslocar um exército e deixar uma cidade desprotegida, é algo que depressa deixamos de cometer, por exemplo. O jogo obriga-nos a pensar e não é, de todo, para os mais impacientes. Temos de saber quando atacar, claro, mas acima de tudo, temos de ter noção de várias componentes que podem virar o jogo a nosso favor… ou não. Como disse em cima, certas raças preferem certos tipos de terreno, há unidades que lutam melhor contra umas mas que são rapidamente dizimadas se forem contra outras. Age of Wonders obriga-nos a experimentar, estudar e analisar tudo o que nos rodeia. Os mapas são também eles ricos em recursos, áreas secretas que podem conter itens encantados que podemos equipar no nosso herói e até mesmo quests que podem levar a alianças com forças independentes. Ou não fosse esta série fortemente inspirada no mundo de Dungeons and Dragons, a postura do nosso personagem pode também oscilar entre o Bem e o Mal, de acordo com a nossa forma de agir face às várias situações com que nos vamos deparando.

Como complemento e como estamos noutros tempos, Age of Wonders III vem acompanhado de um modo online, onde podemos provar que somos um verdadeiro senhor da guerra e também de um editor de mapas onde podemos dar largas à nossa imaginação e criar mapas que serão um verdadeiro desafio para nós e para quem decidir aventurar-se neles.

Veredicto

A resposta à pergunta que fiz em cima é, portanto, um enorme sim. Que bem que me senti, como nos bons velhos tempos a comandar tropas, desenvolver cidades, estabelecer alianças e exterminar inimigos. Apercebi-me também que provavelmente estou a ficar velho, mas isso não vem para o caso. Uma verdadeira lufada de ar fresco no género, não é por exemplo um Starcraft. Nem quer ser. É um Age of Wonders sem tirar nem por e nós no WASD já tínhamos saudades de um título assim. Apesar de ser pena que a diferença entre as raças deste título não seja maior, não deixa de nos prender durante horas a fio, sempre pronto a castigar a mínima lacuna na nossa estratégia militar. E que bem que sabe.

  • ProdutoraTriumph Studios
  • EditoraTriumph Studios
  • Lançamento31 de Março 2014
  • PlataformasPC
  • GéneroEstratégia
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Raças diferentes mas todas seguem a mesma receita no que diz respeito às unidades de combate

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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