aeternoblade

Análise: Aeterno Blade (3DS)

Mais um metroidvania num mercado saturado por jogos do estilo. Será Aeterno Blade capaz de fazer a diferença? A análise WASD chega agora.

https://www.youtube.com/watch?v=a5Z6mGlFOMQ

Beladim, o senhor das trevas nubladas (o que quer que isso queira dizer), solta o seu ataque demoníaco no Reino de Awelsia, onde subsistia a vila de Ridgeroad. Sem mostrar qualquer misericórdia, Beladim devasta tudo e não deixa sobreviventes para além da protagonista. Feyja, promete vingar a sua vila e livrar o mundo de Beladim com a ajuda da Aeterno Blade, uma espada capaz de manipular o tempo. Uma premissa de narrativa como outra qualquer no mundo dos videojogos mas que se sustenta em diálogos mal escritos e rudemente apresentados no ecrã da nossa 3DS. Todas as conversas das personagens parecem vulgares e roçam o pimba.

Aeterno Blade é mais um jogo de paltaformas ao estilo metroidvania, com recurso ao uso das capacidades da espada da personagem principal para dobrar o tempo e executar regressos ao passado imediato semelhantes às de Prince of Persia: The Sands of Time. A manipulação do tempo até podia ser uma mecânica interessante, não fosse este Aeterno Blade demasiado fácil. É por isso que acabamos por não usar muito esta capacidade que só nos salvaguarda uns meros segundos. Por exemplo, se cairmos para um buraco com espigões por engano, tentamos recuperar com recurso à manipulação do tempo. Muitas vezes, os segundos que ganhamos não são suficientes e o nosso destino acaba por ser o mesmo: a morte.

O combate é aborrecido pela facilidade dos encontros. Aeterno Blade abusa do combate físico com a espada de Feyja, sem recorrer a magia ou a movimentos defensivos. Durante todo o jogo levamos o tempo a clicar no botão de ataque. Também a inteligência artificial dos inimigos é praticamente inexistente e podemos saltar por cima de quase todos eles sem grandes problemas, evitando assim os confrontos. É por isso que podemos passar quase todo o jogo sem lutar com ninguém, excluíndo algumas partes em que o combate nos é imposto em zonas delimitadas por colunas de luz. Pior mesmo só quando o jogo nos obriga a voltar para trás e a ter de passar novamente pelos mesmos níveis, em backtracking.

Os elementos RPG deste jogo são limitados e, por inerência, limitam-nos a nós próprios consoante o nível onde estamos. E já vos falei dos loadings? Aeterno Blade tem, em média, um ecrã de loading  a cada trinta segundos. Um erro grave na programação deste título, numa era em que os jogos fluem sem este tipo de bombardeamento de ecrãs de carregamento de níveis. Este é um jogo mal desenhado e mal construído. Também a banda sonora é de um nível muito baixo e dei por mim a baixar o controlo do volume para o zero. O silêncio era bem mais agradável.

Ainda assim, ainda existe um factor negativo que não vos revelei e que deita por terra qualquer feedback positivo que ainda pudesse existir. Caso, durante o nosso jogo, e até chegarmos à batalha final com Beladim, não apanhemos um determinado item, somos teleportados para o primeiro nível depois de vermos a mensagem “7 days earlier” com que o jogo havia começado. Perdemos também todos os itens que havíamos conseguido até então e temos de passar todo o jogo outra vez. Parece piada mas é a mais pura das verdades numa opção técnica que parece gozar com quem compra o jogo da Corecell Technology.

E como se não chegasse, este jogo da 3DS está ainda repleto de bugs e erros. Ora estamos presos nas texturas, ora conseguimos atacar inimigos através das paredes. Outro dado curioso acontece quando derrotamos os bosses finais de cada nível. Ao terminarmos a batalha, o nosso desempenho é classificado. Imaginem, se conseguimos três classificações com o valor A e uma com o valor B, a média que o jogo nos dá, num fantástico milagre matemático, é de C.

Veredicto

Tudo isto a acontecer na nossa portátil da Nintendo por entre más texturas de cenário, maus diálogos, uma péssima jogabilidade e um pobre design de personagens com modelos que não se enquadram nos padrões actuais. Aqui na redacção do WASD ainda não conseguimos superar o facto deste jogo gozar com a nossa cara depois de termos atravessado todo o seu conteúdo e nos ter escapado um item. Voltar a sofrer a penosa dúzia de horas da sua pobre jogabilidade não foi uma opção. Afastem-se de Aeterno Blade como o Diabo foge da Cruz.

  • ProdutoraCorecell Technology
  • EditoraNintendo
  • Lançamento27 de Fevereiro 2014
  • Plataformas
  • GéneroPlataformas, Role Playing Game
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Regresso ao início do jogo quando, mesmo em frente ao boss final, não temos determinado item.
  • Combate aborrecido e fácil de evitar
  • Inteligência artificial dos inimigos inexistente
  • Loadings e mais loadings, bugs e mais bugs
  • O silêncio resulta melhor que a banda sonora

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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