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Análise: PES 2012

A Konami é que sabe… Ou sabia. Se outrora o PES se tornou no padrão dos jogos de futebol, agora as coisas estão um pouco diferentes. Não quer dizer que não haja real competição, mas desde o arranque nas consolas desta geração que houve uma paragem no tempo neste simulador de futebol que outras marcas aproveitaram para explorar até à exaustão.

Pro Evolution Soccer 2012 surge como um cliché gasto do “futebol espectáculo”. Cumpre muito bem esse papel e alimenta a hordas de fãs em todo o mundo que o seguem qual santo Graal. Mas surge sempre a ideia de até onde PES pode mesmo chegar a este ritmo e com as falhas que tem, não na simulação em si, mas em conteúdos e licenças, se depois, no outro lado da barricada a concorrência é fortíssima.

De uma vez por todas, não é “soccer” é “football”…

Ainda nos recordamos de um tal “FIFA International Soccer”… O eterno rival também já esteve “americanizado”, ora a empresa mãe não fosse Americana. Mas PES, continua a jogar “soccer”… E pelo que parece não vai mudar tão cedo.

“Soccer” para quem não sabe, é uma designação criada pelos Estados Unidos da America, que nem sequer possuíam tradição futebolística, note-se, para distinguir no seu país o Futebol Europeu do seu American Football, um desporto jogado com as mãos parecido a rugby, mas porque chutam uma banana para marcar golo, chamam football.

Em mais local nenhum do mundo se chama “soccer” ao Futebol. Mais ridículo é pensar que o termo vem de “Sock” ou “Meia” para caracterizar o facto dos equipamentos possuírem meias altas para proteger as canelas…

A expressão correcta é, de facto, Football ou em português Futebol. E pronto.

Vestindo a camisola

Agora que tiramos essa pormenor da frente, vamos lá meter o jogo na consola, abrindo a caixa com Cristiano Ronaldo a dar um valente chuto na bola. Também queremos.

Notem que aqui no WASD fomos ávidos fãs de PES na Playstation 2. Jogo de eleição por diversos motivos, mas sobretudo pela fantástica interacção e, claro, pela Master League.

Mas depois… bem, depois os argumentos para outros títulos foram muito fortes. O que nos salta à vista logo à partida em PES2012 é uma tentativa de destronar esse argumento. Pela primeira vez em PES o Campeonato Português está disponível… Mas não lancem já os foguetes… Só FC Porto, Sporting e SL Benfica estão devidamente representados… os outros clubes são fictícios embora os equipamentos pareçam inspirados em clubes nacionais e os nomes dos jogadores são estranhamente reais…

Não… este argumento não convence… Mas há mais argumentos de peso.

A Master League  e o modo “Become A Legend” são das simulações mais viciantes que conhecemos. Num só modo, a Master League junta tudo o que gostamos de management de clubes, num modo brilhante, realista e simples. O modo Become a Legend foi algo copiado do modo “Be a Pro” de FIFA, mas aborda de forma diferente a progressão do jogador, talvez mais realista e menos dado a facilidades. Mas desculpem a Konami pelas animações e diálogos nas cutscenes… dá para rir um pouco e achamos perfeitamente desnecessário. Se o interesse era tornar a carreira futebolística num RPG, falha redondamente.

Outrs dois argumentos de peso são a UEFA Champions League e a Copa Libertadores inteiramente licenciadas com todas as equipas intervenientes e ambiência própria. Até o grafismo é proprietário. Impecável mesmo.

Online o jogo continua a dar cartas e a ser um líder na jogabilidade. Infelizmente os torneios online não são acessíveis a jogadores casuais e obrigam a treinar muitíssimo perante a perícia de jogadores batidos. É que PES possui uma comunidade intrincada e cheia de excelentes jogadores. Ao contrario de outros jogos, simplesmente é preciso levar muitas horas a treinar para conseguir dominar o jogo.

Mas quem sabe o melhor argumento de PES é mesmo em campo… aí, ainda hoje, por mais que se inove, é imbatível…

Apito Inicial

A primeira abordagem a este PES é algo estranha. Nos muitos jogos que fizemos, após a adaptação normal à jogabilidade, achamos que é um jogo excelente mas obriga a tomar um chazinho antes dos jogos.

Isto porque a disciplina táctica deste jogo é mesmo exemplar. Não podemos dar-nos ao luxo de achar que basta passar bem a bola e chutar bem. O dribble é essencial para fazer algo substancial neste jogo.

Mas preparem-se para momentos cómicos com a bola a ir quase em câmara lenta para um autêntico frango do guarda redes, um ressalto de bola na perna de uma defesa que quase chega à baliza… do outro lado ou um cruzamento ultra lento em que todos atacantes mergulham de cabeça e ninguém acerta na bola. As físicas deste jogo são no mínimo estranhas com a bola. Mas sem a bola também há momentos estranhos em que os jogadores parecem robôs e quando chocam contra outros parecem feitos de trapos. Sempre com o árbitro a apitar ao mínimo toque…

No modo Be A Legend, por exemplo, pegamos num só jogador criado por nós para evoluir na sua carreira. Iniciamo-nos num clube cujo nome fictício é impronunciável e tentamos dar o litro em campo. Mas não é fácil…

A Inteligência Artificial do jogo é soberba, os adversários acompanham-nos e mudam de flancos para nos cobrir. Quando fazemos aquela finta linda, surge um jogador na dobra que nos tira a bola sem mais. Pior que isso é que os jogadores adversário “adivinham” muitas vezes para onde vamos ou para onde vai a bola. Não há margem para falhas, o que quanto a nós não é lá muito realista. Só descendo o grau de dificuldade é que este facto não se verifica… tanto… Uma nota super negativa para a entrada em “carrinho” porque além de ser inútil com uma animação muito lenta, mesmo que acertem na bola, é sempre falta e quase sempre para cartão amarelo ou vermelho.

PES é um jogo de ataque, note-se. Aqui não se controla a defesa com o mesmo afinco que outros jogos. O objectivo é meter a bola no jogador 10 e deixá-lo brilhar. PES é futebol espectáculo, deixando a estratégia para o modo Master League onde assumimos o papel de Treinador. Mas isso significa que, como no caso do nosso jovem jogador inexperiente de Become a Legend, vai levar algum tempo até conseguirmos jogar como deve ser. Para isso PES regressa com o modos de treino normais por objectivos para nos ajudar a dominar a dinâmica de jogo. E acreditem. Se não jogam PES regularmente, apostem mesmo neste treino.

Esta nova versão de PES acrescenta uma nova táctica de controlo de um companheiro de equipa para ajudar nas triangulações e passes em profundidade. É estranho, deixa-nos muitas vezes confusos e não é natural. Mas pensem que podem controlar OUTRO jogador alem de vocês com o manípulo direito enquanto jogam com o esquerdo… não é muito fácil de dominar e até nem nos parece prático. Mas com algum treino acabam por dominar a lógica e até dá alguma vantagem táctica.

Resultado Final

O apuramento é feito à justa… Garantidamente que os fãs de PES adoram este jogo porque tem mais do mesmo com algumas novidades e actualizações. À data desta análise, acabou de ser lançada uma actualização de equipas com um bónus de novas chuteiras para os jogadores. É uma mais valia um jogo que se actualiza para reflectir o que se passa no mercado de transferências.

É um jogo com bons trunfos na excelente jogabilidade e dinâmica de jogo. Com a fantástica e gigante Master League. Mas continua a não atrair muitos jogadores que procuram jogar com as suas equipas favoritas. Mesmo que tenha a liga Inglesa ou Espanhola, somos Portugueses e não gostamos de jogar numa liga de equipas fictícias onde só os três grandes tem realismo. Enfim…

  • ProdutoraKonami
  • EditoraKonami
  • Lançamento29 de Setembro 2011
  • PlataformasPS3, PSP, Wii, Xbox 360
  • GéneroDesporto
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Físicas estranhas
  • Diálogos e animações na carreira
  • Demasiado foco no dribble
  • Liga Portuguesa deplorável

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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